“Bateria Sincrônica”
Fernanda Costa
– “Sincronicidade?”- Questionou ele.
Inicialmente desacreditado da existência de sincronicidade em sua vida Anderson até pesquisou o assunto na internet. Analisando sua história até os dias de hoje, em parceria com o seu crítico interior de plantão, precipitadamente concluía a ausência de qualquer tipo de evento desta natureza.
Mas parece que quanto mais se desacredita nisso, mais a existência manda sinais de que há sim uma conexão entre as pessoas além do tangível e conhecido.
De supetão, se viu pensando nos tempos de colegial. Quando tinha uma banda com o primo e amigos. A bateria é um elemento estrutural e visceral do corpo musical de uma banda. E a forçada venda do instrumento por parte do seu primo que, assim como os demais integrantes do conjunto, precisava de dinheiro para viabilizar a matrícula na faculdade, deu fim aos ensaios e aos sonhos musicais em comum. Foi um duro golpe a nota de falecimento da banda. Mas era uma nova etapa na vida dos rapazes tinha início com o fim – Será mesmo fim? – da banda.
Foi pensando na banda, escutando uma música muito tocada por eles na época que Anderson foi surpreendido por uma mensagem do primo. “Preciso falar com você!” O torpedo não era mais esclarecedor do que isso. A curiosidade ficou aguçada. Em casa encontrou o seu primo “online” no MSN e o assunto ficou esclarecido. Adivinhem? Não, a banda ainda não está oficialmente na ativa, mas a bateria acabara de ser recuperada.
Será que Anderson recebeu um recado, de alguma forma sincrônica, da compra da bateria? O quanto eles são ligados no dia a dia não me ocorreu perguntar em detalhe naquele ato portanto eu não saberia precisar. Mas acredito ser forte o bastante a energia que ambos potencializaram quando tinham uma banda juntos, em uma época onde as coisas que vivemos parecem ser mais marcantes.
Hoje, pela sincronicidade ou não, a possibilidade de fazerem uma música mais madura, porém não menos genuína do que a dos tempos colegiais existe concretamente. Agora qual será o próximo sinal que fará a guitarra do Anderson voltar a gritar com a força que no passado foi reprimida pela perda do coração ritmado da banda?
Gostei. Muito legal, Fernanda. Texto leve e sincronizado, rs.
Bjs
E dá le, dá le, Fê! 😀